25 de set. de 2008

Órfãos e Desterrados...

"But I've always had this sense that there's something out there, waiting for me. Not here, in the World As It Is, but in the dreamlands. That there's a place for me in Faerie and I'll be there one day if I can just be good enough, or patient enough, or tenacious enough. Or...- It's a place where I'd be home, really home. I want it so badly sometimes that just thinking about it hurts."
-Jilly Coppercorn "The Onion Girl" -Charles de Lint


Existem tantos órfãos e desterrados das "outras terras" neste mundo...

E eu aqui me perguntando se há mesmo algum sentido nisso tudo. Se há mesmo um outro lugar diferente, que justifique e explique a minha inadequação a este mundo onde vivemos. Ou se seremos, eu e eles, apenas loucos desalinhados, sendo lentamente mastigados por um mundo que não conseguimos acompanhar...

É dificil separar a fuga da vontade justa de "voltar para casa", principalmente quando você já não sabe mais se tal "casa" existe...

Tudo que sei que é este aqui não é o meu lugar, este não sou eu, e isto não está certo.
Queria a sensação de mágica e sentido de volta.
Sinto como me perdesse mais e mais a cada dia...

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28 de fev. de 2007

Fragmentos 1

"Famílias...!" -- disse com ódio. -- "Ora, as famílias são o ninho da mais silente loucura, aquela que é indizível e encontra no berço dos cuidados familiares o seu lugar". Mal conseguia respirar, bufava, enquanto cuspia seu discurso regado a perdigotos. "Famílias destroem o homem, que faz muito bem em fugir da sua o quanto antes!". A criança que olhava para ele do berço não compreendia nada, mas não chorava. Pelo contrário, divertia-se perplexa, como se soubesse que aquilo era uma brisa morna de sanidade entre a silenciosa loucura dos seus. Mas não. Era apenas um bebê, e sabia do que os bebês sabem. Não sabia do que não precisava saber, mas seria tão louco quanto os seus quando chegasse o momento. Famílias são mesmo berços de loucura, pois todos precisam fingir que são sãos -- mesmo quando não o são.

Um fragmento que me surgiu enquanto lia O Grande e o Pequeno, de Rubem Fonseca.

Quero aproveitar para dizer que o trabalho feito pela galera do Portal Literal é bacana pra cacete!

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27 de fev. de 2007

A loucura nossa de cada dia.

Mais um post que bem podia ter ido para o Alriada, se este não estivesse marcado para reformas.

Um estudo da OMS indica que aproximadamente um em cada seis habitantes do planeta sofre de algum tipo de distúrbio neurológico. Por outro lado, o Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres afirma que um em cada três britânicos sofre de "paranóia ou desconfiança excessiva". Será que agora começa a fazer sentido quando eu falo que esta civilização está deixando as pessoas doentes da alma?

Ao menos os holandeses estão sacando que ouvir vozes na cabeça dando conselhos e fazendo observações não é nada de fora do normal. Mas, o que dizer de um mundo em que dão ketamina para as pessoas e depois se surpreendem que elas tenham sacudido a depressão?


Em uma civilização doente e tola como esta, ainda acham estranho quando digo que prefiro conversar com fadas?

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