17 de jan. de 2008

Sinal de vida

Faz tempo que não me sento para escrever aqui. Não por falta de vontade, ou de históris porvoando minha cabeça. Talvez por falta de disciplina, mas certamente também por falta de tempo. De qualquer forma, resolvi seguir o exemplo da Patinha e dar um sinal de vida.

Não tenho tido tempo, ou não tenho encontrado o momento, para escrever minhas histórias também. Nestes dias corridos (mas realmente muito bons) que tenho vivido, as histórias surgem, dançam e vão embora em minha cabeça. Há coisas mais importantes a se fazer em certos momentos da vida do que contar histórias.

Tem-se que viver um pouco também, de quando em quando.
De qualquer forma As Memórias do Fogo de Galeano tem me feito bastante companhia nestes dias também. Os contos de Angela Carter nem conseguem competir pela atenção que dou ao Galeano ultimamente :)

E assim seguem os dias, até a próxima curva da estrada ou a próxima história para contar.

Em tempo... Esqueci de comentar no post retrasado, mas foi a Patinha que me apresentou ao Galeano. Se hoje me apaixono por histórias latino-americanas mais do que pelas européias, a culpa é quase toda dela e do Galeano (com uma mãozinha do Garcia Marquez).

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2 de jan. de 2008

Neve, Vidro, Maçãs (de Neil Gaiman)

No outro dia, conversando sobre histórias encantadas e fábulas com a Patinha, lembrei-me desta excelente versão de Neil Gaiman para uma história encantada que nos é bastante familiar. Em sua releitura, Gaiman transforma (ou re-transforma) a história esterilizada pela Disney e pelos publicadores de fábulas dos últimos 200 anos em uma história escura que fala mais de nós, gentes, do que de qualquer outro tipo de monstro.

É sobretudo uma história encantada por natureza.
Neil Gaiman é um mestre!

Publiquei o conto Neve, Vidro, Maçãs em meu outro blogue, Alriada Express, há mais de três anos. Pensei em republicá-la aqui, mas achei que seria desnecessário. Logo, aos que quiserem ler a fábula em questão, basta clicar aqui para ver o post original de 29 de junho de 2004, que contém a fábula na íntegra.




p.s. qual não foi minha supresa ao descobrir que o Alriada Express é o primeiro hit do Google quando se procura por "Neve, Vidro, Maçãs".

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1 de jan. de 2008

Para o velho novo momento, novos livros novos.

Sempre que posso, estou comprando novos livros. Prefiro comprá-los em sebos -- em parte por serem mais baratos, em parte por achar que é muito triste que um livro tenha apenas um ou poucos leitores -- mas por vezes também os compro novos em livrarias.

Nestes últimos dias, comprei mais dois livros que agora estão morando em minha cabeça o tempo todo enquanto os leio. Um deles é uma coletânea do trabalho com contos de fadas "feministas" realizado por Angela Carter (embora eu ache o termo "feminista" um pouco duvidoso para caracterizarc material contido no livro), chamada "103 Contos de Fadas de Angela Carter" (Companhia das Letras, 2007). Embora discorde de alguns pontos do pensar de Angela sobre os contos de fadas e as fábulas, considero o livro um repositório precioso do repertório mundial dos contos de fadas aos olhos de uma mulher inglesa sensível e inteligente.

O outro livro que comprei é o segundo tomo de Memórias do Fogo (subentitulado "As Caras e as Máscaras"), do fantástico e ultra prolífico Eduardo Galeano (o mesmo de "As Palavras Andantes" e "As Veias Abertas da América Latina" (aqui em .PDF)), um fantástico apanhado romanceado das histórias, folclore e lendas da América Latina entre os séculos XVIII e XIX. O livro, escrito com a excelência constumeira de Galeano, me traz aquilo pelo que anseio ardentemente estes dias: as histórias do meu lugar, que me foram ora negadas, ora servidas de forma muito deturpada. É um tesouro, e prentendo comprar seus outros dois tomos em breve.

Estes dois livros caíram quase que magicamente do céu (ou vieram em tempo do Caldeirão de Histórias cósmico) neste meu momento de revisão e reaprendizado do meu lugar no munco, e da minha natureza enquanto contador de histórias. Acho que o resultado da leitura deles poderá ser sentido por aqui.

Só os Deuses parecem saber. Que sigam as Histórias.

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