no trono vegetal.
pendido, equilibrado
sobre a água parada.
o veneno se move,
mas não sabe se sobe
ou se desce. não sai.
meu corpo estala,
se cansa, se torce.
não quer mais nada.
só quer descansar.
como um móvel velho,
como a madeira escura,
meu corpo estala.
minha alma se perde
sentindo o corpo
que estala e estala.
mas ela se perde dentro
e se acha em meio ao ruído.
mesmo insatisfeito,
sei que ela também
está lá.
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