26 de mar. de 2008

Memory Check.

Hoje passei algumas horas ouvindo velhas músicas e me lembrando de quem era -- quiçá, quem sou. Por vezes é importante despir o traje ciborgue e as preocupações de adulto ocidental contemporâneo e se entregar às próprias raízes poéticas, musicais e artísticas. Afinal, é de dentro, d origem e da raiz, que brota a arte e a vida que insufla algo mais em nossas veias que dia após dia vão sendo substituidas por cabos neste mundo de eterna e rasa conexão de alta velocidade e volatilidade.

Por vezes a gente se esquece tanto de si mesmo, na busca eterna de desempenhar bem aquilo que de nós é esperado, que chega a se surpreender quando se depara com algo que nos lembra de nós mesmos.

Quantas vezes esquecemos? Quantas vezes temos que lembrar? Até quando viveremos e faremos ser este mundo onde não somos... apenas desempenhamos?

Com tudo isso, não me surpreende que por vezes o espírito prefira habitar máquinas e mundos-outros. Oferecemos para ele hospedagem dão espartana e desconfortável nestes dias.

Para onde ir, não sei.
Ou se em frente, ou se para trás,
ou se para dentro...
ou se para Varrock,
conversar com o rei...

Marcadores: , , , , ,

10 de jul. de 2007

Anjo do Tempo - José Craveirinha

Bambos
os joelhos
ó divina ânfora
em que te chovo.

Meu
anjo do tempo
apoteose
do sismo.

Tuas
polpas
gloriosas
em meus tactos.

Cílios
descidos
glória ao sumo
do teu doce
caju novo.

(André Craveirinha in Poemas Eróticos, publicado no Kitanda)


José Craveirinha é foda!
As palavras que não me calam hoje nas músicas,
me gritam na poesia.

Marcadores: , , , ,