A estranha vida de Teo. (e um pouco da minha também)
Em meio a toda esta surrealidade surgiu a idéia de escrever uns romances policiais surreais. A idéia era uma brincadeira, e continuou como tal por vários dias. De qualquer forma, me diverti fazendo anotações para o primeiro deles -- O Ícaro -- que girava à volta da morte de um velho e rico artista onde a suspeita recaía sobre sua sobrinha-neta, a única pessoa que dividia o apartamento com ele. É claro que a história era um bocado mais surreal, por trás deste mote aparentemente banal.
Com o passar dos dias e a correria, acabei deixando a idéia (e todos meus outros projetos de escrita) de lado. Quando comecei a me debruçar na leitura de alguns dos contos policiais de Rubem Fonseca (como Bufo e Spallanzani e O Caso Morel) a vontade de escrever histórias policiais voltou (embora eu não tenha retornado ao projeto do Ícaro na época). Mesmo assim, na época, não me veio grande inspiração e o momento acabou passando também.
Há alguns dias fui convidado por alguns queridos amigos para escrever roteiros para histórias em quadrinhos. Como estava com a cabeça cheia, nem dei atenção à coisa no momento. Mas hoje, enquanto devorava um bife na cozinha, meio apressado para descer para a cidade e tomar umas cervejas para relaxar, alguns dos (já comuns) acontecimentos estranhos que cercam a bizarra Casa da Colina (onde moro) voltaram a me lembrar de Teo.
Teo é o nome do investigador que protagoniza o Ícaro (o conto que eu pensei em escrever). Uma figura bastante interessante, sobre a qual não pretendo falar nada agora para não estragar a surpresa. Teo tem uma vida um bocado estranha, embora tente da melhor forma possível ter uma vida completamente normal. É tragicômico.
Em resumo, a história do Ícaro, e Teo, me voltaram à cabeça e estas idéias foram se juntando à idéia da história em quadrinhos e a outras idéias que também flutuavam em minha cabeça. E, de repente -- abracadabra -- o roteiro me surgiu quase inteiro na cabeça, passando quadro a quadro frente a meus olhos enquanto eu olhava preocupado tentando descobrir que diabos era aquela coisa enorme se mexendo debaixo da minha geladeira...
A vida é surreal, mas é boa.
Mais informações sobre este projeto, depois,
se o monstro sob a geladeira não me matar. :)
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