Reflexão de um Cluracão que levanta da cama para escrever.
"Tudo o que nunca se fez, far-se-á um dia? O futuro da tecnologia ameaça destruir tudo que é humano no homem, mas a tecnologia não atinge a loucura; e nela então o humano do homem se refugia."Tudo mais poderia ser feito por uma máquina, menos isto. Menos ser humano e escrever...
(Clarice Lispector in Tempestada da Alma, 1974)
Este blog tem uma média de 7 visitas diárias. Espero que ao menos uma ou duas delas leiam o que escrevo. Dois leitores em um dia já seria o bastante. Mas, o bastante para quê? Para quê se escrevem blogs como este? Para quê se escreve? Para quem?
Que me leiam ou não. Que me entendam, ou não. Tudo que escrevo está escrito. Tudo que está publicado, está solto no mar da rede. Que os anos e o Google se encarreguem de trazer até aqui algum náufrago ou alguma sereia que, um dia, entenda estas palavras. De resto, nada mais me cabe fazer ou esperar -- apenas escrever.
Quem espera se frustra, quem quer tem que buscar. Mas buscar o quê? Ser lido? Não. Ser lido não depende em quase nada de mim. Cabe a mim escrever, ser escrito. A mim cabe apenas viver. Que caiba aos outros também viverem suas vidas e, se os anos e o Google e a sorte e a vontade ajudarem, quem sabe, me ler e me entender.
Mas não preciso tanto assim ser entendido. Só preciso ser escrito.
Estou me escrevendo. Você me lê?
Marcadores: clarice lispector, escrever, reflexões
2 Comments:
Não sei se você vai ficar feliz, surpreso, indiferente, chateado... mas leio seu blog... você escreve bem... Não sei se te importa, mas, aqui esta uma leitora...
Abraços
Nax
Fico feliz, e um pouco surpreso.
Que bom que gosta do que eu escrevo, moça.
Se cuida.
Abraços do Verde.
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