encantamento do rei coxo
Ergo a taça e brindo ao espelho.
Tomo do veneno meu que é bálsamo,
meu suco virente, medicina potente
tão mortal e tão espesso, tão raro.
Os corcéis que cortam a mata
procuram por mim naquela terra.
A outra, a que não se pode ter,
aquela terra que me ama...
Brindo à noite quente e ausente
com minha taça de bile e vinho raro.
Sou o senhor de todas as minhas
bençãos, de todas as maldições...
Nu sob o manto, elevo-me
Sei bem de minha linhagem
e de toda a extensão de mim.
Meu desdém é espada afiada.
O rei dos tolos só se curva a si mesmo.
Mas, ainda que claudicante,
um rei patético é ainda um rei.
Admirem vosso rei coxo e cheio de amor escuro.
Admirem a ridícula supremacia
da doce imperfeição humana.
O rei é uno com a terra, é filho do céu.
O rei é o reflexo inexorável de seu reino.
Tomo do veneno meu que é bálsamo,
meu suco virente, medicina potente
tão mortal e tão espesso, tão raro.
Os corcéis que cortam a mata
procuram por mim naquela terra.
A outra, a que não se pode ter,
aquela terra que me ama...
Brindo à noite quente e ausente
com minha taça de bile e vinho raro.
Sou o senhor de todas as minhas
bençãos, de todas as maldições...
Nu sob o manto, elevo-me
Sei bem de minha linhagem
e de toda a extensão de mim.
Meu desdém é espada afiada.
O rei dos tolos só se curva a si mesmo.
Mas, ainda que claudicante,
um rei patético é ainda um rei.
Admirem vosso rei coxo e cheio de amor escuro.
Admirem a ridícula supremacia
da doce imperfeição humana.
O rei é uno com a terra, é filho do céu.
O rei é o reflexo inexorável de seu reino.
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