Revisão colaborativa da parte 4 de O Cavaleiro e o Dragão
Depois de publicado e em edição no Overmundo, a parte 4 de O Cavaleiro e o Dragão recebeu as sugestões afinadas do generoso escritor e jornalista gaúcho Adroaldo Bauer. Encantado não apenas pelo quanto estas colocações me ajudaram, mas sobretudo pela beleza do processo de revisão colaborativa digitalmente mediada, resolvi postar um "retrato" do processo de revisão que se seguiu.
O primeiro parágrafo original da quarta parte da fábula, como foi publicado, era assim:
Adroaldo apresentou então um exercício de seu próprio punho, sugerindo uma versão diferente do parágrafo para materializar suas sugestões:
Lendo e relendo as duas versões, e comparando-as, resolvi modificar o parágrafo inicial da fábula de uma forma um pouco mais radical (embora ainda conservando todos seus elementos originais). A versão que fiz ficou, então, assim:
Seguem as conversas. Vou aproveitar este post para fazer um relato deste trabalho colaborativo (e, portanto, updates virão). O resultado final desta revisão a quatro mãos poderá ser visto, espero, na versão que irá a votação no Overmundo da fábula em fragmentos O Cavaleiro e o Dragão, parte 4.
p.s. o blog literário de Adroaldo Bauer chama-se Retorno Imperfeito. Vale a pena dar uma olhada nos quitutes literários que lá se encontram.
UPDATE:
Adroaldo me sugeriu ainda agora, por email, que trocasse a frase final do primeiro parágrafo, que era "(...)Mesmo assim seguia vivendo, enquanto a paisagem inerte e tostada dos dias desfilava triste.(...)" por "(...)Mesmo assim seguia vivendo, enquanto aquela paisagem desfilava triste.(...)". Gostei da sugestão, e já vou utilizá-la na versão do texto que estou revisando, e que vai ser atualizado no post do Overmundo em breve.
O primeiro parágrafo original da quarta parte da fábula, como foi publicado, era assim:
"Marcos não se lembrava de que a vida podia ser tão estranha e ao mesmo tempo tão entediante. Os dias passavam como uma paisagem desbotada pelo sol que passa pela janela de um ônibus. As noites, escuras e vazias, não eram diferentes. Ele ainda não tinha certeza de que não estivesse vivendo algum sonho ruim do qual não sabia acordar. Sonhos eram, aliás, uma coisa que ele não tinha mais certeza de saber o que eram. Por muitos dias achou que estaria enlouquecendo e tentava se concentrar na vida que acreditava ser boa antes. Mas, enfim, qual era a sua vida antes? Metade dele acreditava que um dia sonhara ser outra pessoa em outro lugar e este sonho o torturava. A outra metade não via sentido nisso tudo. E assim ele ia vivendo.(...)"
Adroaldo apresentou então um exercício de seu próprio punho, sugerindo uma versão diferente do parágrafo para materializar suas sugestões:
"Marcos não lembrava que a vida podia ser tão estranha e ao mesmo tempo entediante. Os dias pareciam paisagem que passa pela janela de um ônibus, desbotada pelo sol. As noites, escuras e vazias, não eram diferentes. Ele ainda não tinha certeza de que não estivesse vivendo algum sonho ruim do qual não sabia acordar. Sonhos, aliás, não tinha mais certeza de saber o que eram. Por muitos dias achou que estaria enlouquecendo e tentava se concentrar na vida que acreditava ser boa antes. Enfim: qual era a sua vida antes? Metade dele acreditava que um dia sonhara ser outra pessoa noutro lugar e este sonho o torturava. A outra metade não via sentido nisso tudo. E assim ia vivendo.(...)"
Lendo e relendo as duas versões, e comparando-as, resolvi modificar o parágrafo inicial da fábula de uma forma um pouco mais radical (embora ainda conservando todos seus elementos originais). A versão que fiz ficou, então, assim:
"Marcos não lembrava que a vida podia ser tão estranha e ao mesmo tempo entediante. Os dias passavam como paisagem na janela de um ônibus, tostados no vento seco e no sol; imóveis e inócuos. As noites, escuras e vazias, eram iguais. Ele não tinha certeza de que não estivesse vivendo algum sonho ruim do qual não sabia acordar. Sonhos, aliás, não tinha mais certeza de saber o que eram. Por muitos dias, achou que estava enlouquecendo. Tentava se concentrar na vida que, acreditava ele, deveria ter sido boa antes. Mas que vida era essa? Ele não sabia. Não estava certo de saber de mais nada. Metade dele acreditava que um dia sonhara ser outra pessoa noutro lugar, e este sonho o torturava. A outra metade não via sentido nisso tudo. Não via sentido em nada. Mesmo assim seguia vivendo, enquanto a paisagem inerte e tostada dos dias desfilava triste.(...)"
Seguem as conversas. Vou aproveitar este post para fazer um relato deste trabalho colaborativo (e, portanto, updates virão). O resultado final desta revisão a quatro mãos poderá ser visto, espero, na versão que irá a votação no Overmundo da fábula em fragmentos O Cavaleiro e o Dragão, parte 4.
p.s. o blog literário de Adroaldo Bauer chama-se Retorno Imperfeito. Vale a pena dar uma olhada nos quitutes literários que lá se encontram.
UPDATE:
Adroaldo me sugeriu ainda agora, por email, que trocasse a frase final do primeiro parágrafo, que era "(...)Mesmo assim seguia vivendo, enquanto a paisagem inerte e tostada dos dias desfilava triste.(...)" por "(...)Mesmo assim seguia vivendo, enquanto aquela paisagem desfilava triste.(...)". Gostei da sugestão, e já vou utilizá-la na versão do texto que estou revisando, e que vai ser atualizado no post do Overmundo em breve.
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