23 de abr. de 2008

Arranárra, fragmento 2

"Certa vez, na noite anterior à minha primeira batalha, estava passeando nas proximidades de um riacho quando a encontrei. Ela, a Senhora dos Corvos, me disse que eu iria matar e que iria amar, e que iria viver. Naqueles tempos enxerguei um augúrio fantástico nestas palavras. Muito tempo depois, me acostumei a dizer que ela dizia isso a todos, embora quase todos estivessem agora mortos e esquecidos. Por algum tempo eu também me esquecí daquele dia, e de qualquer coisa que ela houvesse me dito. Hoje eu me lembro que na época, aquelas foram apenas as palavras que optei por lembrar, das muitas que ela me disse.

O que ela disse? Agora eu lembro muito bem! A Mórrigu disse que 'o rio corre por onde quer, mas vocês olham para seu leito e pensam que ele não pode mudar. Vocês também andam por onde querem, mas às vezes inventam para si um leito de outros homens e mulheres ou simples idéias, e dizem que não podem mudar de rumo. Se você decidiu que seu leito é aquele do guerreiro, então você vai matar e vai amar, e assim vai viver. Mas atravesse este rio, e verá que do outro lado há outro mundo e outra vida'. Enquanto voltava para casa, só pensava em meu augúrio de glória guerreira, e no quanto aquela enorme mulher ruiva era gostosa -- no quanto eu gostaria de foder com ela a noite inteira, para me tornar um guerreiro ainda maior. Como eu era idiota. Puta que me pariu!"


(Mais um fragmento de Arranárra. Ele era um pouco mais curto, mas não resistí a floreá-lo um pouco...)

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1 Comments:

Blogger Dora nascimento said...

Este comentário foi removido pelo autor.

4/25/2008 12:46:00 PM  

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