6 de mar. de 2007

parado em Seu Segundo

Estes tem sido dias não muito fáceis para mim. Muito trabalho, um bocado de cansaço, uma depressão que ronda e me faz me sentir ao mesmo tempo meio patético e terrivelmente pouco confiante no que escrevo. Em tempos assim, é dificil manter a produção.

Estou um pouco empacado no conto "Seu Segundo", embora ache que com um pouco mais de trabalho (talvez depois de um pouco mais de descanso) ele possa ficar bem legal. Eis um dos meus trechos prediletos:
"Sentou-se no sofá empoeirado da sala, que não via limpeza há tempos, e se pôs a admirar seu tempo. Era tão infinitesimal e delicado, e ao mesmo tempo tão fabuloso em sua beleza de gota do oceano. Não tinha cor nem forma próprios – o tempo toma a cor e a forma do momento – mas tinha ainda assim algo de particular e único. Podia ser alongado ou comprimido, pesado ou leve, forte ou breve, ou tudo ao mesmo tempo. Alfredo passou muito tempo admirando o seu tempo, e pensando no que fazer com ele, até que adormeceu."

O tema do homem e seu tempo, de dar a si mesmo tempo de ser, ou se sentir realmente dono de seu tempo, é muito simbólico para mim neste momento. Espero terminar este conto em breve (em pouco tempo, hehehe). Acho que me fará bem.


(a imagem usada no post veio daqui)

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