Delianárra, fragmento três (fragmento perdido)
O fragmento número três se perdeu. Dele me lembro apenas três pequenas passagens, que reproduzo abaixo.
"[...]A estrada dos tijolos cinzentos, que cruza as terras mortais de Fínne, é talvez a única estrada nas ilhas que sempre nos leva aos mesmos lugares. Isso faz dela uma estrada estranha para quem mora na região.
[...]
Ela vinha miúda pela estrada. Seus cabelos muito vermelhos contrastando com o verde das urzes e com o cinzento profundo de seu manto. Naquela primeira vez que a encontrei, ela rumava para o Bosque dos Príncipes. Queria se encontrar com a Velha Coruja. Dizia que era parte de sua iniciação como mulher-que-sabe-das-coisas. Não sabia na época que havia entre os pequeninos mulheres-que-sabem-das-coisas, ou mesmo aspirantes a este caminho. Partilhamos à beira de uma fogueira um pão de estrada e um resto de frutas cristalizadas que ela trazia envoltas em um pano azul dentro de seu alforje, que era grande demais para ela. Se recusou a comer carne de caça, e achei melhor não fazê-lo também. Foi a primeira vez que a ví, mas foram nossos outros encontros que a tornaram inesquecível. Espero que ela esteja bem agora, onde quer que esteja.
[...]
Era um homem muito triste. Trazia uma grande trouxa de bagagem nas costas e me parou educadamente pedindo direções. Parecia ignorar que a estrada de tijolos cinzentos o leva sempre aos mesmos lugares, pois me perguntou se naquele dia era possível chegar a Setestrelas se tomando o desvio à direita. [...] Quando perguntei por quê estava deixando a capital, ele me disse gravemente que só se deve deixar um lugar quando os motivos para se querer ir embora não forem mais compensados pelos motivos para se querer ficar. Insistí, e ele simplesmente me disse que não morava mais lá, e calou. Eu também silenciei quando me perguntou de onde eu vinha. De certa forma, me parecia que por mais que andasse estava sempre em um lugar muito familiar, e não fazia mais para mim sentido algum dizer que um dia vim de algum lugar."
"[...]A estrada dos tijolos cinzentos, que cruza as terras mortais de Fínne, é talvez a única estrada nas ilhas que sempre nos leva aos mesmos lugares. Isso faz dela uma estrada estranha para quem mora na região.
[...]
Ela vinha miúda pela estrada. Seus cabelos muito vermelhos contrastando com o verde das urzes e com o cinzento profundo de seu manto. Naquela primeira vez que a encontrei, ela rumava para o Bosque dos Príncipes. Queria se encontrar com a Velha Coruja. Dizia que era parte de sua iniciação como mulher-que-sabe-das-coisas. Não sabia na época que havia entre os pequeninos mulheres-que-sabem-das-coisas, ou mesmo aspirantes a este caminho. Partilhamos à beira de uma fogueira um pão de estrada e um resto de frutas cristalizadas que ela trazia envoltas em um pano azul dentro de seu alforje, que era grande demais para ela. Se recusou a comer carne de caça, e achei melhor não fazê-lo também. Foi a primeira vez que a ví, mas foram nossos outros encontros que a tornaram inesquecível. Espero que ela esteja bem agora, onde quer que esteja.
[...]
Era um homem muito triste. Trazia uma grande trouxa de bagagem nas costas e me parou educadamente pedindo direções. Parecia ignorar que a estrada de tijolos cinzentos o leva sempre aos mesmos lugares, pois me perguntou se naquele dia era possível chegar a Setestrelas se tomando o desvio à direita. [...] Quando perguntei por quê estava deixando a capital, ele me disse gravemente que só se deve deixar um lugar quando os motivos para se querer ir embora não forem mais compensados pelos motivos para se querer ficar. Insistí, e ele simplesmente me disse que não morava mais lá, e calou. Eu também silenciei quando me perguntou de onde eu vinha. De certa forma, me parecia que por mais que andasse estava sempre em um lugar muito familiar, e não fazia mais para mim sentido algum dizer que um dia vim de algum lugar."
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