18 de mai. de 2007

o quase-lirismo das 10 punhetas de bukowski e o coloquialismo radical

Mergulhado nas "Ereções, Ejaculações e Exibicionismos" de Bukowski para mudar um pouco de ares das minhas histórias encantadas, me impressiono com o quase lirismo de Buk em contos como "Dez punhetas". Seu discurso direto e tosco, de frases cortadas porém fluidas, me impressiona mais pela forma do que pelo conteúdo, mas em contos como "Dez punhetas" o velho safado consegue mesmo me tocar (sem trocadilhos, por favor).

Isso começa a me fazer ter idéias de experimentar escrever algo explorando um "coloquialismo radical" brasiliense -- contos e short stories narradas em uma linguagem direta, curta e extremamente coloquial (e típica do quadradinho), como se estivessem sendo contadas para amigos em uma mesa de bar por alguém que já está alegremente bêbado e exagerado.

Pode ser um experimento interessante.
Brinco com isso, quando terminar de parir meu atual conto...

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2 Comments:

Blogger angelica duarte said...

Duende,
por favor, experimente esse coloquialismo nos contos. Eu adoro. A idéia de amigos e mesa de bar me apraz logo de cara quando penso em contos.

O velho Buk é difícil de digerir pelo conteúdo, mas, a forma é atraente logo de cara.

Sou suspeita e tô puxando saco. Conheço pouco o velho... Mas, a leveza nos escritos é algo que me interessa muito. Uma leveza que não é pedante, que não é cotidiana, e que pode ser tosca e crua.

:) Gê!

5/24/2007 01:17:00 AM  
Blogger Daniel Duende said...

Estou bem instigado a fazer estes experimentos coloquiais, moça. :)
Tão logo tiver um tempinho (e inspiração), vou me debruçar sobre isso.

Buk é um cara difícil. Ainda estou digerindo mais alguns de seus escritos. Falasse ele português, penso que os chamaria de "escrotos". Talvez isso também tivesse algo a ver com seu carater seminal além de sua jebalhice poética.

Outra coisa que me intriga é ouvir sobre o olhar feminista sobre Bukowski. Será ele um machão estúpido como parece a princípio, da mesma forma que parece ser um maledicente amargo de tudo e todos? Ou haverá uma doçura para com as mulheres que subjaz a seu texto, como há também um lirismo? Não será amorosa e justa a sua visão de Cass em "A mais linda mulher da cidade"?

Não sei. Mas gostaria de saber.

Beijos do Verde.

5/24/2007 04:23:00 PM  

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